sexta-feira, 29 de junho de 2012

das inquietações fúteis e inquietas por vezes nada fúteis

Aquela inquietação que surge no momento em que alguém diz: "você vai ficar velho, sozinho, no meio de um monte de livro". Pra quê dar bola pra isso? Afinal, ficar lendo é o que você gosta. Ficar escutando música ou assistindo filme é o que você gosta. E afinal, pra quê dar bola se quem falou isso foi um pirralho espinhento de nem 15 anos? Houveram preocupações maiores, há preocupações maiores e haverão preocupações maiores. Sem querer, sem desejar, o pirralho implanta isso na sua mente e você fica remoendo, talvez por medo, talvez por saber que pode acontecer devido a frustrações passadas... talvez porque algo da instância da "correspondência" não existe. De novo, dois anos depois, aquele sentimento tão abstrato entra em erupção, mandando você "dar a cara à tapa". É uma luta entre eu e eu, entre eu e o desejo tão abstrato. Você dá a cara à tapa, é enganado, enrolado... mas esse sentimento, abstrato e tão massificante, permanece, apesar das tentativas forçadas de que ele se "dissolva". A vida, como disse Quintana, "é uma sarabanda, um corrupio...". Você fica tão exausto, tão atarefado que, com a pressão da vida, tudo isso passa...


[mas que a inteligência daquela outra pessoa lhe fascina, lhe arrebata... ah, é inegável]

2 comentários:

  1. Que seus escritos são muito belos, fáceis de se ler ... isso é inegável (:

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    1. Que maravilha ler um comentário assim, Mônica. Do pouco que eu tento escrever, não tento "firulas" nem uma linguagem complexa (até porque, para ser um escritor com uma linguagem mais trabalhada, precisa-se de anos de prática).

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